- - - maré

05411

05419
fluidez infinita
de mistérios profundos
que brilha em azuis
escorre
pelas mãos em concha,
evapora ao sol
e é tão mais…

05414

05415

05418
me encanta o som balbuciado
que os ouvidos imersos ouvem
enquanto o corpo flutua

05417
na imprevisibilidade dessa força

05416
05422


05421
05424


05428

05458
as formas
05429

05430

05433

o sabor

05442
a vida inesperada
desse ser inanimado
que espuma
por sobre as pedras,
por sobre a areia,
por sobre
a própria superfície
e pinta de branco
o espelho do céu.
esse mar que é lar

05441

05444

05455

05457
que acolhe
que afoga

05454

05448
e que afaga.
pleno
suficiente
vasto

05438

05439
05464


05460
05466


05468
Mar é magnetismo.

05467
05471

Ouse mergulhar.
05473

O ensaio MARÉ nasceu de uma vontade súbita de sentir o mar. A água, da torneira da cozinha, ganhou nobreza de oceano. A janela aberta deixou entrar a brisa, companheira quase inseparável da beira do mar. Enquanto as conchas, colhidas em uma linda temporada litorânea, eram espalhadas, canções cantaroladas, de Caymmi e de Bethânia, traziam o balanço da própria maresia. Assim, as imagens foram se formando, com o movimento do corpo se estendendo à câmera, com o molhar das mãos no frequente rearranjo das conchas, com o desejo de entrar nesse universo de formas e movimentos de harmonia infinita.