top of page

Paula está na metade do curso de medicina. Estuda muito e, em época de provas, dorme uma ou duas horas por noite. Está experimentando a liberdade de morar sozinha, aprendendo a gerenciar o próprio tempo e as próprias escolhas. Quando criança, gostava da pequena Sereia, de curiosidades sobre o corpo humano e de brincar ao ar livre com os irmãos (ela é a mais nova e “única menina” da família). Quando quer se divertir, Paula sai com as amigas ou com a família. Adora viajar. Gosta da estética da Blair de Gossip Girl com influências de tendências atuais do mundo fashion.
Chegamos ao local combinado praticamente juntas. Paula me pediu opinião entre as roupas que tinha trazido. Disse a ela para pensar no momento que estava vivendo, como estava se sentindo e o que tinha vontade de vestir. Ela ainda tinha dúvidas, então sugeri que começássemos com a blusa clara, para harmonizar com a leveza do ambiente.


Paula demonstrou estar bastante animada, sorria muito e me contou sobre a rotina de estudos e liberdade que estava experimentando. Enquanto conversávamos, peguei a câmera e fiz algumas fotos. Comemos uma deliciosa torta de chocolate com sorvete de morango. Percebi que Paula tinha o reflexo de posar para a câmera e que isso comprometia a naturalidade dos retratos. Para contornar essa particularidade e captar espontaneidade, fiquei atenta à suas distrações, como nas imagens abaixo, registradas no momento em que uma amiga a cumprimentou.



Estávamos indo em direção à uma cafeteria, mas decidimos parar e “brincar de influencer” fazendo fotos na chuva, no meio da rua .




Paula parecia estar se divertindo, então, reconheci a oportunidade perfeita para validar o pressuposto de estudo. Entrei na brincadeira e fui arriscando cliques. Na composição abaixo, o horizonte inclinado expressa o dinamismo do momento. A parte central concentrou as informações mais densas e escuras da vegetação central da avenida, no meio da qual, a figura de Paula sob o guarda-chuva, expressa uma delicadeza quase juvenil. Na parte superior, a repetição geométrica das linhas arquitetônicas evoca o ambiente urbano que lhe é familiar.

Seguimos para uma rua mais calma. No caminho, comentei sobre as musicas que tocavam no carro e disse para ela reparar em como a luz refletia na cidade molhada e causava um efeito diferente dos dias de sol. Ela vestiu um casaco branco feito por sua mãe. “Minha mãe arrasa, né?”, ela disse. A chuva fez uma pausa e continuamos a brincadeira. Exploramos um pouco o espaço e encontrei um ponto entre árvores que possibilitava um primeiro plano desfocado. Mais tarde, na edição, experimentei o ajuste de curvas em U, que resultou em um aspecto de fantasia, que entendi como perfeitamente condizente com o momento em que as fotos aconteceram, trazendo aquela “visão diferente” sobre as texturas da cidade.







Perguntei se havia mais algum lugar em que ela gostaria de ser fotografada. Paula sugeriu a casa em que cresceu, que era perto dali. Chegando, ela contou sobre como brincava com as rosas da varanda e que pensa em, talvez um dia, transformar a casa em sua clínica médica. Achei significativo. Propus, então, que ela escrevesse uma página de diário de como seria sua vida daqui à 20 anos. Ela gostou da dinâmica e sabia exatamente o que escrever.








bottom of page