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Karise é aventureira, gosta de música, de banho de cachoeira e está adorando o trabalho como aprendiz de sushiman, onde pode usar a criatividade para montar pratos. Foi uma criança que gostava de correr, de assistir o desenho “Cavalo de fogo” e de passar tempo com os avós. Quando adolescente, preferia ficar na rua com os amigos e andar de skate. Gosta de sushi, do strogonoff vegetariano feito pela namorada e da comida de sua mãe, por causa, além do sabor, do carinho envolvido. Karise acredita no bem e pensa que o mundo seria melhor se cada um fizesse sua parte, com consciência do coletivo.
Cheguei ao Parcão de Novo Hamburgo cerca de 20 minutos antes do combinado, avaliei o espaço e a luz daquele dia para descobrir como usa-los da melhor maneira. Karise chegou entusiasmada e demonstrando nervosismo. Pensei que gerar empatia era a melhor coisa a ser feita. Expus minha situação: disse que estava voltando a fazer ensaios depois de muito tempo, que ela podia ficar tranquila e só ser ela mesma. Enquanto conversávamos, eu fui ajustando o equipamento e comecei a fotografar.



Caminhamos até uma parte do parque com árvores altas. Encontramos um local agradável e ofereci o violão para Karise. Ela tocou alguma músicas que aprendeu quando adolescente, o que trouxe algumas memórias daquele tempo.



A imagem ao abaixo revela uma compensação de contraste: ao mesmo tempo em que a estatura de Karise é menor que a das árvores, a confiança de seu semblante as coloca em proporções iguais, fazendo existir uma harmonia entre sua figura e a paisagem que a envolve.

Caminhamos até uma clareira. Karise disse que tinha vontade de fazer fotos “um pouco mais ousadas”. Achei uma ótima ideia, já que pele é um tema esteticamente agradável para mim e, particularmente no caso dela, as tatuagens também trariam um ponto de interesse extra às imagens. Chegando ao novo espaço, uma árvore de galhos baixos à beira de uma trilha usada somente por ciclistas, estendi um tapete e servi chá de camomila, favorito dela, que adorou a surpresa. Bebemos o chá, conversamos e continuamos o ensaio.








As fotos, naquele espaço, fluíram naturalmente. Karise estava tranquila, seguia instruções ou alternava suas posições quando tinha vontade. Eu também me senti livre para experimentar fotograficamente. Na imagem abaixo, um disparo furtivo do momento em que ela acende um cigarro, este, aparece translúcido devido à distância do ponto focal, subentendendo a ação e a sensação que ele evoca. Após, a figura humana se mistura à vegetação, tal como a natureza humana livre, à natureza selvagem. As sombras predominantes evidenciam os pontos de luz suave e as cores trazem frescor.




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